Muito se fala em workaholic, mas você já ouviu falar em worklover? Sabe a diferença entre workaholic x worklover? Entenda a diferença entre os conceitos de workaholic e worklover e como lidar com colaboradores que se encaixem nestes perfis.
Diferença entre worklover x workaholic?
Durante muito tempo denominou-se como workaholic qualquer profissional que priorizava o trabalho. Mesmo que o profissional em questão não necessariamente lidasse com isso de forma negativa.
Visando distinguir os tipos de perfis comportamentais destas pessoas, o termo worklover surgiu mais recentemente, na década passada e são pessoas que sabem equilibrar o ofício com a vida pessoal e compreendem a importância do descanso. Tal termo é importante para desmistificar que todo trabalhador árduo tem comportamento prejudicial, seja em relação ao si ou ao ambiente de trabalho.
O que caracteriza um profissional workaholic?
O profissional workaholic é aquele realmente viciado em trabalho. Aliás, a palavra vício é bastante oportuna, uma vez que para estas pessoas o ofício realmente é encarado como um vício. E é sabido que nenhum vício é saudável. Logo, trata-se de um trabalhador compulsivo, apaixonado por resultados, mas que não sabe aproveitar cada etapa do trabalho por estar sempre focado no resultado final.
Este perfil segue trabalhando ou pensando em trabalho mesmo quando encerra o expediente. Porém, não o realiza com entusiasmo, uma vez que constantemente reclama do ofício.
Para um perfil workaholic, o trabalho não é algo prazeroso. É quase um martírio, uma fonte fecunda de estresse e pressão, algo que deixa este profissional constantemente inseguro.
O ofício para estes profissionais não é um propulsor para realizar sonhos, é algo que precisa ser feito para cumprir os prazos e alcançar metas, ou seja, para reafirmarem sua capacidade. Como vivem em busca de reconhecimento, tendem a lidar negativamente com críticas ou com qualquer situação que fuja dos eixos.
Fatores que identificam um workaholic
Um fator extremamente relevante para identificar um trabalhador workaholic é quando uma pessoa fica pensando constantemente em como conseguir mais tempo para trabalhar. Um workaholic costuma levar trabalho para a casa e tende a exigir que os colegas de ofício também trabalhem de forma árdua. Este perfil normalmente consegue trabalhar de qualquer lugar, em qualquer horário.
Inclusive, a pandemia intensificou e despertou o “workaholic” de muitas pessoas. Em decorrência da pandemia do coronavírus, o isolamento tornou-se inevitável e medidas severas de isolamento social precisaram ser adotadas, como o homeoffice.
O homeoffice e momento pandemia, intensificou o workaholic.
Nesse panorama, pessoas que trabalham de forma compulsiva apresentaram problemas ainda maiores para se desconectarem do trabalho, uma vez que o trabalho está em casa. Não se pode afirmar que um workaholic não sabe discernir o trabalho da vida pessoal, mas certamente prioriza totalmente a profissão.
É importante atentar que nem todo workaholic tem a dimensão do quanto esse perfil é prejudicial a ele. Existe uma parcela de profissionais com esta característica que se orgulham de trabalhar de forma compulsiva. O fato é que um workaholic acredita que está contribuindo significativamente para a organização em que atua, contudo, a longo e médio prazo, este trabalhador pode tornar-se um problema grave no ambiente organizacional.
O que é um profissional worklover?
O conceito recente de worklover veio para mudar o paradigma de que todo profissional que trabalha arduamente é um workaholic.
O termo em questão surgiu para denominar pessoas que trabalham com afinco e de forma entusiasmada, mas sabem equilibrar o ofício com a vida pessoal e compreendem a importância do descanso.
Worklover trabalha com satisfação, sente prazer exercendo suas atribuições profissionais.
Além disso, os worklovers possuem maior percepção e compreendem que trabalhar em excesso pode ocasionar perdas nos relacionamentos interpessoais e pode prejudicar a saúde física e mental.
Logo, são pessoas que têm uma visão mais prática das coisas e realmente trabalham a mais por se sentirem realizados com a profissão que exercem. Este conceito não costuma ter um perfil competitivo tão severo, sendo caracterizado por profissionais que não veem problema em pedir ajuda ou trabalhar em colaboração.
Um worklover não costuma reclamar da rotina, para ele o trabalho prazeroso e o tempo tende a passar rápido. Outro detalhe importante é que tal perfil não costuma afetar negativamente a equipe e nem contagiar os outros colaboradores com sua paixão pelo trabalho. Por exemplo, ainda que este profissional faça hora extra, ele não tende a cobrar que os colegas de trabalho façam o mesmo.
Worklover configura um tipo de colaborador que sabe da importância do descanso e das férias.
Como lidar com estes perfis comportamentais no ambiente de trabalho?
O perfil de um colaborador worklover é mais fácil de ser identificado e usualmente não costuma impactar negativamente no ambiente organizacional. Afinal, os colaboradores com este perfil sabem discernir que trabalhar excessivamente e sem meio termo não pressupõe maior produtividade.
O fato é que os workaholics configuram um grande problema para as empresas, diferente dos worklovers. Ainda que os colaboradores com estas atribuições possam inicialmente assegurar bons resultados e serem vistos com bons olhos, o comportamento instável tende a desgastar as relações interpessoais.
Contudo, é preciso saber lidar com um colaborador workaholic de maneira humanizada e estratégica. Por exemplo, proibir ou punir não configuram atitudes saudáveis para lidar com este perfil de profissional.
Como o RH pode ajudá-los?
O Departamento de Recursos Humanos deve agir de forma a identificar quando a paixão pelo trabalho vira um comportamento obsessivo. Uma excelente alternativa é sugerir terapia ou um coach para lidar com esta questão.
Sem falar que pessoas que trabalham de forma desenfreada, acumulam inúmeras funções e vivem na correria, correm risco de desenvolver problemas de saúde mental. Entre as doenças ocasionadas ou que podem originar uma conduta compulsiva em relação ao trabalho estão a ansiedade, a depressão, o TOC, a hiperatividade e a Síndrome de Burnout.
Nesse panorama, faz-se fundamental o discernimento entre um worklover e um workaholic. Isso acontece porque pessoas que sofrem de TOC e/ou ansiedade tendem a atribuir o vício em trabalho como algo positivo, têm orgulho de trabalhar incansavelmente e sem termos.
Amor ao trabalho ou compulsão?
Eles tratam a compulsão pela labuta como uma compulsão aceitável, como algo valioso e que os elevará de patamar. A ideia de que trabalhar muito é algo positivo acaba sendo uma linha tênue para um transtorno de saúde mental.
É importante também atentar que tal problema pode ser oriundo da própria cultura organizacional da empresa. Sim, esta possibilidade é extremamente plausível, uma vez que existem ambientes de trabalho que podem desencadear este quadro.
Em época de pandemia, é importante averiguar como anda a relação dos trabalhadores com o ofício, uma vez que se trata de um momento vivenciado delicado e que intensificou problemas de saúde mental. O homeoffice, afinal, é uma alternativa válida e necessária neste momento, mas trabalhar em casa e em isolamento social foi um fator que despertou problemas em muitos profissionais, especialmente aqueles que já não possuíam uma relação saudável com o trabalho.
A análise regular da cultura organizacional ajuda a detectar esses fatores antecipadamente.
Sendo assim, é preciso analisar a própria cultura organizacional, verificar se a carga horária está sendo exaustiva para os funcionários e como é o ambiente organizacional, se este oferece um ambiente acolhedor para o capital humano.
Logo, o papel da organização é fundamental no combate ao workaholism, uma vez que se tal problema está acontecendo diante da organização é preciso buscar alternativas viáveis e assertivas para combatê-lo.
O que torna imprescindível uma mudança organizacional, de forma a delegar tarefas, estabelecer metas precisas, delinear bem os papéis exercidos no âmbito empresarial, organizar as escalas de férias de forma satisfatória, entre outras medidas.
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