Num passado recente, as empresas parecem ter compreendido as necessidades de seus funcionários e passaram a oferecer diferenciais cada vez mais atrativos. No entanto, muitas delas consideram que um bom plano de benefícios é o suficiente para manter os seus colaboradores e diminuir a rotatividade de funcionários em uma organização, o chamado turnover. Mas só essa estratégia é suficiente?

O bem mais valioso de qualquer empresa ou organização é sem dúvida o seu colaborador. Do que vale ter o maquinário mais moderno do mundo e ninguém para operá-lo? Por mais que os tempos modernos possibilitem tecnologias cada vez mais avançadas e softwares que facilitam a vida de qualquer pessoa, tenha certeza que a mão de obra humana ainda é o maior benefício.

Com o mercado profissional cada vez mais competitivo e organizações cada vez mais exigentes, se tornou indispensável ao trabalhador se aprimorar, estudar, fazer cursos aos montes, aprender novas línguas e ter mais de um diploma. Porém, na mesma medida que o funcionário busca se destacar, ele também se torna mais exigente quanto ao salário e benefícios que seu empregador pode lhe oferecer.

Quais os benefícios uma empresa costuma oferecer?

Antes de tudo, é válido lembrar que na grande maioria das vezes, os funcionários que têm direito ao pacote de benefícios são aqueles registrados sob o regime de Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Para os funcionários PJ, que emitem nota para receber, temporários, estagiários, freelancers, menor aprendiz, dentre outros, essas regras podem variar.

Para uma organização, empresa, instituição ou semelhante que remunere seus funcionários, existe sempre um jogo em busca de equilibrar a balança salarial dos seus colaboradores com os benefícios oferecidos. Muitas vezes, a opção é um salário compatível com o mercado atrelado a um pacote básico de benesses.

Basicamente, o pacote de benefícios conta com plano de saúde, vale refeição ou alimentação, cesta básica, vale transporte ou estacionamento no local, férias remuneradas e uma folga semanal. Num patamar um pouco mais elevado, encontramos funcionários que contam com vale farmácia, plano odontológico, participação nos lucros, vale creche, bolsa de estudos e assim por diante.

Benefícios como moeda de troca

Para cidadãos que procuram pelo primeiro emprego, estão pleiteando uma recolocação no mercado ou mudando de empresa, analisar os benefícios oferecidos pode ser um fator determinante para que ele amadureça a vontade de concorrer àquela vaga. Afinal, cada um busca para si as melhores opções e oportunidades que a vida pode oferecer, seja no âmbito profissional ou para qualquer outra área.

O problema se dá quando as empresas acreditam que somente essa gama de regalias é suficiente para segurar seu funcionário e para blinda-lo do assédio da concorrência. Por algum tempo, usar os benefícios como apelo emocional ou moeda de troca pode até funcionar, difícil é quando os empregadores não mudam esse discurso.

Outros erros corriqueiros para as empresas são: enxergar seu colaborador como descartável, achar que é obrigação dele oferecer seu melhor em quaisquer condições por ser remunerado, que tudo se resolve com dinheiro ou o velho ditado “os incomodados que se mudem”. Contra esse tipo de pensamento não existe benefício que segure funcionário.

Plano de benefícios pode evitar turnover e manter funcionários?

Como lemos acima, está mais do que claro que um plano de benefícios bem pensado e constituído é de fato um diferencial para qualquer corporação. Funcionários gostam de mimos, adoram sentirem-se importantes e trabalham mais aguerridos quando sabem que são parte essencial do processo.

Grande parte das reclamações recebidas pelo setor de RH das empresas é a maneira ruim com que os gestores comandam suas equipes. Por isso, note que, contar com líderes engajados, que saibam motivar positivamente sua equipe, que considere os problemas pessoais, que respeita para ser respeitado, que elogia em público e corrige no particular é parte elementar nesse processo.

Considere também que, quando o assunto são as relações interpessoais dentro de uma empresa, um ambiente agradável e harmonioso entre os colegas, clareza na comunicação entre gestor e subordinado, elogios quando os objetivos são alcançados, um e-mail no dia do aniversário, flexibilidade de horário em situações específicas são fatores que ajudam diretamente na manutenção do funcionário.

Quanto à estrutura organizacional e infraestrutura, facilidade de acesso ao trabalho, ambulatório eficiente com diversas especialidades, um bom local para fazer ou comprar sua refeição, setor de RH atuante, ginástica laboral, festa de confraternização, campanhas de vacinação e um agrado em datas comemorativas são ótimas ideias para evitar alto índice de turnover.

Conclusão

Finalmente, um bom plano de benefícios é uma arma poderosa que as empresas devem adotar para reter seus funcionários, moldá-los de acordo com suas necessidades, garantir que mentes brilhantes construam carreira ali e evitar rotatividade alta numa determinada vaga.

Mas em contrapartida, empresas eficientes e modernas, que prezam verdadeiramente pelos colaboradores envolvidos direta ou indiretamente no processo, já colocaram em prática outras alternativas e possibilidades que são tão eficientes, ou mais, que só o plano de benefícios.